Artigo: Lia Amália Cardoso Rocha.
Em Silveiras ,sempre tivemos
muitas festas: do Divino, Folia de
Reis, de Santa Cruz, da Padroeira, de São Benedito, do Barro,
da Broa, do Milho, do Pinhão,
do Bom Jesus da Bocaina, de Nossa
Senhora do Patrocínio, do Sertão dos
Marianos, Semana da Arte, do Tropeiro, do Rodeio, Festa Juninas em diversos bairros e
outras festas em várias capelas rurais.Tudo
é motivo para reunir os amigos e celebrar,sempre com muitos “comes e bebes”.
Nosso povo sempre gostou de
carnaval, de cantar e dançar. Nos dias atuais temos o carnaval de rua, com
vários blocos e todos dançando na praça da Matriz. Até a década de 70, existia
o Clube de Dança, num casarão posteriormente demolido, onde se dançava ao som de discos de vinil, e em datas festivas,
eram contratadas orquestras ou “conjuntos musicais”. Tivemos alguns corais ,
sendo que o mais antigo tinha por maestrina, “Meninica” Julião, irmã do famoso compositor
silveirense, Maestro João Batista Julião. Sempre foi comum, encontrarmos
pequenos grupos cantando nas ruas e praças, com ou sem instrumentos musicais.
Atualmente, a maior parte da população
trabalha no artesanato, nos pequenos comércios ou serviços públicos. Somos todos
“remediados”, não temos andarilhos, pedintes ou sem tetos, mas também, não
temos ostentação de casas luxuosas, roupas de grife, joias ou títulos. Todos
são tratados pelo primeiro nome ou apelido de infância, sem formalidades (outra
herança tropeira). Moramos em casas de portas abertas, onde não se espera para
ser atendido, e os amigos, considerados “de casa”, entram pela porta da cozinha
e ao redor da mesa, muitos problemas são resolvidos, sem formalidades. Na sala
de visita, são recebidos aqueles que vêm pela primeira vez. Nossas crianças frequentam
a mesma escola, se alimentam com a mesma merenda e brincam sem distinção nos
mesmos parques, praças e quadras.
O silveirense tem
consciência, de que conta com Serviços Públicos que lhe garantem qualidade de
vida. Em julho de 2014, a Prefeitura Municipal realizou uma pesquisa sobre os
anseios da população, seu grau de satisfação e necessidades, atribuindo notas
de 0 à 10 aos serviços públicos. Esta avaliação foi feita pelo “Instituto de
Pesquisa Opinião” da cidade de São Paulo, sob a coordenação do sociólogo Milton
Cesar Tristão e a urbanista Nilzete Rodrigues Costa.
Com 80% ou mais de aprovação,
estão a Educação Municipal, serviço de Coleta de Lixo, Varrição de Ruas,
Conservação e Manutenção de Praças, Parques e Jardins e Fornecimento de Água (pontuaram
respectivamente 8.5, 8.7, 8.2, 8.2 e 8.3).
Com 70% ou mais de aprovação,
estão os Programas Sociais, Postos de Saúde, Iluminação Pública, Atendimento na
Prefeitura, Creches, Manutenção das Estradas Rurais, Obras Públicas,
Conservação de Ruas e Avenidas, Conservação do Meio Ambiente e Limpeza de
Terrenos Baldios, (respectivamente 7.9, 7.8, 7.7, 7.7, 7.6, 7.6, 7.5, 7.5, 7.4
e 7.2).
Com 60% ou mais de aprovação,
estão os Eventos Esportivos e Culturais, Segurança Pública, Programas
Habitacionais, Organização e Sinalização de Trânsito, Coleta e Tratamento de Esgoto
e Geração de Emprego e Renda, (respectivamente 6.9, 6.4, 6.4, 6.3, 6.2 e 6.0).
Com 50% ou mais de aprovação,
o único tópico com avaliação regular foi o Serviço de Canalização de Rios e Córregos
com 5.7 pontos. (resposta observada na zona , devido à preocupação com o tratamento
de esgoto e a poluição da água, mostrando o interesse com o meio ambiente)
Estes resultados não são
apenas frutos da percepção de alguns cidadãos, apaixonados por sua terra, mas
refletem o desempenho do Município em avaliações externas realizadas pelo
Ministério da Educação e Cultura e pelo Ministério da Saúde. Considerando que,
junto com a Geração de Renda, a Educação e a Saúde, são grandes propulsoras do
desenvolvimento humano, os dados são relevantes, como veremos a seguir:
O IDEB (Índice do
Desenvolvimento da Educação Básica) avalia o desempenho da Educação Básica em
uma localidade, atribuindo notas de 0 à 10 à eficiência da educação. Seis, foi
a nota obtida pelos países desenvolvidos, que ficaram entre os 20 mais bem
colocados do mundo, segundo a OCDE (Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), o que torna esta média, um padrão internacional de
qualidade.
O IDEB de 2013, ao avaliar
as Escolas Municipais de Silveiras atribuiu para o Ensino Fundamental I o
índice de 6.2, média dos 5º anos das Escolas “Dom Edmund Benedict Nugent” e “Aurora
de Andrade Cardoso”, desempenho de primeiro mundo. Para o Ensino Fundamental II
o índice de 4.5, média do desempenho do
9º ano da Escola “Aurora de Andrade Cardoso”.
O IDSUS de 2011 (Índice do
Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde), que avalia o desempenho dos Serviços
de Saúde, de acordo com sua competência, com notas de 0 à 10, avaliou a
efetividade do SUS Silveiras, em 8.37, bem acima da média nacional que é de 5.46.
Analisando as avaliações
citadas de todas as cidades da região, de Guaratinguetá à Bananal, Silveiras
apresenta os melhores índices de desempenho entre elas, tanto para o IDEB
quanto para o IDSUS.
Atualmente a Secretaria
Municipal de Educação de Silveiras conta com três escolas:
EMEIEF “Dom Edmund Benedict
Nugent”, no centro, atende 436 alunos do 1º ao 6º ano, em prédio próprio e 168
alunos de Creche e Pré Escola, em prédio cedido (aguarda-se a construção de
novo prédio para Educação Infantil no Conjunto Habitacional Geraldo Adão);
EMEIEF “Nadi Cintra de
Andrade”, no bairro do Bom Jesus da Bocaina (zona rural), atende, em prédio
próprio, 64 alunos do Maternal I ao 5º ano.
EM “Aurora de Andrade
Cardoso”, no bairro dos Macacos (zona rural) com 298 alunos do Pré I ao Ensino
Médio, atendidos em prédio próprio.
Cada Escola, atende toda a
população do entorno, através do Transporte Escolar nas vilas urbanas e nos
bairros rurais.
Conta-se com 74 professores
concursados, 100% graduados e 84% pós graduados.
São profissionais
capacitados e dedicados que conhecem particularmente cada educando, planejam e
avaliam as ações pedagógicas, cobram tarefa e frequência diária, além de
adequarem as atividades para os alunos em situação de baixo rendimento e os
encaminharem para atividades de contra turno (atendimento pedagógico, psicopedagógico
e fonoaudiológico).
Verificam se os alunos estão
se alimentando, de acordo com orientação de nutricionista, estimulam o consumo
de verduras e frutas da Merenda Escolar, acompanham a escovação de dentes
diariamente (com orientação do dentista escolar), inspecionam os materiais
escolares e os uniformes, encaminhando para substituição quando necessário.
Procuram a formação de
cidadãos cientes dos seus direitos e deveres, incentivando o amor à Pátria e ao
seu Município, passando valores éticos e morais, entre outras ações que os
tornam diferenciados e dão segurança aos pais de que seus filhos estão
recebendo uma educação de qualidade.
No período noturno, a Escola
Dom Edmund, atende a EJA (Educação Jovens e Adultos) para o Ensino Fundamental
I, e gratuitamente Cursos Técnicos e Profissionalizantes.
Em parceria da Prefeitura com
a ETEC/Centro Paula Souza, temos os Cursos de Administração e Turismo em salas
descentralizada da sede de Cachoeira Paulista. E em parceria com o SENAI e
SENAC Cursos Profissionalizantes periódicos em diversas áreas.
Jovens e adultos do
município tem o acesso garantido a estes cursos, contando com transporte
gratuito, que liga a escola aos bairros dos Macacos e Bom Jesus da Bocaina.
A Escola Estadual “Hildebrando
Martins Sodero” (zona urbana) atende alunos do 6º ano ao Ensino Médio, contando
com Transporte Escolar em toda a área do entorno do centro e bairros rurais.
A Prefeitura oferece, também
gratuitamente, Transporte Intermunicipal para Escolas Técnicas e Universidades
nas cidades de Guaratinguetá, Lorena, Cachoeira Paulista e Cruzeiro, estando
cadastrados na Secretária Municipal da Educação, 149 alunos usuários do serviço.
Hoje, a população conta com
uma Unidade Mista de Saúde ampliada e reformada, com médicos concursados e
plantonistas (clínico geral, pediatra, cardiologista, ginecologista, psiquiatra).
Possui também enfermeiras e auxiliares de enfermagem, biólogas, biomédica, dentistas
e fisioterapeutas. Quando necessário, os pacientes são transportados para os
centros de referência nas cidades de Cruzeiro, Taubaté e São Paulo.
A Estratégia Saúde da
Família possui três unidades no município, atendendo a zona urbana e bairros do
entorno (ESF Centro), região do Bairro do Bom Jesus da Bocaina (ESF Bom Jesus)
e região serrana (ESF Macacos). O médico da família, enfermeira, dentista e
agentes de saúde visitam as casas e orientam os moradores, portadores de
doenças crônicas, e os demais, sobre prevenção de doenças e os cuidados com a
saúde.
Diante desta realidade, o silveirense,
no geral, tem alguma dificuldade para entender por que temos um IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) abaixo da média nacional, números que só poderão ser compreendidos
à luz de dados históricos.
Muito tem-se escrito e
falado sobre a história de Silveiras até a primeira metade do século XX. Á partir
de 1950, muitos fatos não foram pesquisados nem passados ‘’a limpo’’ na memória
silveirense.
No início dos anos 50
(1951), a abertura da Via Dutra nos deixou à margem do progresso que atingiu
outras cidades próximas. Tivemos um “apagão” político, social, financeiro e
educacional, provocando uma espécie de perda de memória da história vivida, que
atinge principalmente os que nasceram após este período.
Para uma população com
poucos empregos, baixa escolaridade, estradas péssimas e assistência médica inexistente,
o silveirense de poucos recursos financeiros, ficou desmotivado pensando que era
melhor apenas “tocar a vida”, plantando, colhendo, tirando leite das vacas,
fazendo queijo, farinha de mandioca, fubá e pó de café para consumo próprio e
vendendo a sobra para os vizinhos.
Aos que nasceram antes de
1950, “testemunhas da história”, fica a tarefa de contar o que viram e ouviram.
Muitos proprietários de terras, produtores rurais e donos de tropas, que
empregavam os tropeiros, tinham família numerosa (10 a 15 filhos). Com sua
morte, a terra era dividida em herança, ficando uma pequena parte para cada
filho, diminuindo a eficácia do negócio e consequentemente a renda. Os donos de
“pousos” e comerciantes, que antes abasteciam a principal estrada do país, viram
seus clientes desaparecendo dia após dia. Com as crescentes dificuldades muitos
silveirenses “remediados” se mudaram para cidades maiores a procura de
oportunidades de estudo e emprego, pois queriam sair da “roça” para buscar uma
vida melhor para si e seus filhos. A maioria das chamadas famílias tradicionais
de Silveiras deixaram a terra natal, permanecendo nela, o que resistiram e
tiveram esperança de dias melhores. Apenas um ou dois filhos foram para grandes
centros cursar nível superior.
Na zona urbana, o Serviço de
Saúde contava com um Posto Médico construído onde hoje funciona o Centro de
Fisioterapia, e um Posto de Puericultura
para atendimento de crianças, onde hoje está a Educação Infantil, cada serviço
contava com um médico durante o dia. Não existia nenhum tipo de atendimento
médico no período noturno. Era muito comum, os doentes procurarem o dono da
única farmácia, o Sr José Pinto de Carvalho, para indicar e ministrar remédios
e aferir a pressão arterial.
A escolarização no município só era possível
até ao 4° ano, nas raras escolas na zona rural e na única escola de zona urbana.
O “Grupo Escolar Estadual Emílio Ribas” funcionava onde hoje é o Casarão da
Prefeitura sendo transferido posteriormente para o novo prédio que hoje abriga
a Escola Dom Edmund. Muitas crianças abandonavam os estudos assim que se
alfabetizavam e ganhavam “forças nos braços”, para ajudar os pais na
subsistência da família, sendo que muitos não passaram do “2º ano de grupo”,
como dizem.
Somente os filhos de pessoas
que tinham bens, podiam estudar após o 4º ano, pois era necessário ir a
Cachoeira Paulista para fazer o chamado “ginásio” (5º ao 9º ano) e também o “secundário”
(Ensino Médio). Quase nenhuma família tinha carro e poucos jovens iam para a
cidade vizinha na carroceria de uma caminhonete, enfrentando chuva, poeira e
lama da Rodovia dos Tropeiros que só foi asfaltada na década de 60.
No final da década de 50
(1957) o Prefeito Mario de Paula Cardoso fundou o Ginásio Estadual Professor
Hildebrando Martins Sodéro que mais tarde foi ampliado para o Segundo Grau.
Esta escola funcionou por alguns anos no prédio do Grupo Escolar “Emílio Ribas”
até ser transferido para o prédio atual, construído na década de 70 em terreno
doado por José de Andrade Ferraz.
Por ocasião da abertura
foram convidados muitos adultos para se matricularem, após o exame de admissão,
pois não havia número de jovens suficientes para que se instalasse o Ginásio.
Para dar oportunidade à todos, a aula acontecia no período noturno. Na época, o
Governador Jânio Quadros, disse ao prefeito “Está louco Mario! Você é atrevido!
Um Ginásio naquela cidadezinha!”
Então, até que o Governo Estado
reconhecesse a possibilidade e assumisse o ônus, o prefeito manteve o Ginásio
com recursos próprios, contratando professores e nomeando como o primeiro
diretor, o respeitado Padre José Nunes Cardoso, autor do Hino de Silveiras.
Assim a partir da década de
60, já não era necessário viajar até Cachoeira Paulista para concluir o atual
Ensino Fundamental e Médio, porém permanecia a dificuldade de acesso para a população
da zona rural. Devido à precariedade das estradas rurais e dos meios de
transporte, os habitantes das regiões mais distantes não tinham acesso às
escolas, seu único contato com mundo exterior era através do radio “de pilhas”,
amigos que os visitavam ou raramente quando vinham à cidade.
Com o Golpe Militar de 64, e
instalação da ditadura que cerceou a liberdade da imprensa e também dos meios
de comunicação, o silveirense da zona rural, quase que na sua totalidade, não
tinha conhecimento real do que ocorria no pais, desconhecia as prisões,
torturas e assassinatos, mas ouvia a “propaganda do progresso de um pais que ia
para frente”, que estimulava ainda mais o êxodo rural, pois o lavrador não via
a melhora anunciada.
Por volta dos anos 80, as
luzes do apagão começam a se acender. Surge o movimento do Tropeirismo, com
feiras de artesanatos (Silveirarte) e Festa do Tropeiro.
Com a volta da normalidade
política do país, o poder público começou a desenvolver ações para fixar o
homem no campo, uma delas que teve grande impacto em Silveiras, foi a UEAC
“Unidade Escolar de Ação Comunitária”. Estas escolas que também serviam de
moradia para o professor, foram construídas por toda a zona rural, tendo por objetivo fomentar ações de valorização da cultura
local, hortas comunitárias, envolvendo pais , alunos e professores e e
provocando geração de renda principalmente para as mães que produziam artesanatos
vendidos nas festas. O artesanato, foi o
grande responsável pela geração de renda, pois passou a empregar muitos que
estavam ociosos.
Foi construída a tão sonhada
“Santa Casa” no local da antiga, demolida na década de 70, e foram instalados
postos de saúde nos bairros do Bom Jesus da Bocaina e Macacos. Asfaltou-se a estrada vicinal “Osvaldo de Paula Cardoso”
até o Bairro dos Macacos,onde foi
construída também a atual “EM Aurora de Andrade Cardoso”. Reformou-se o
Rancho do Tropeiro e a praça foi calçada, construiu-se o primeiro conjunto
habitacional no centro da cidade. A Escola Estadual passou a oferecer a
formação em Magistério. Muitos dos nossos professores municipais se formaram
nesta época.
Na década de 90 a Festa do
Tropeiro começa a tomar as proporções que tem hoje. Instalou-se a Estação de
Tratamento de Esgoto. A cidade é ampliada com a inauguração dos Conjuntos
Habitacionais “Vila Marina” e “Vila Esperança”. Inaugura-se a Praça da
Imaculada Conceição no Bairro do Ventura e o passeio público por toda na
Rodovia dos Tropeiros da entrada da Vila Esperança á entrada da Rua João
Antunes de Macedo. Asfaltou-se a Avenida Mario de Paula Cardoso e construiu-se
a ponte que a liga à Rodovia dos Tropeiros.
Foi criada a Biblioteca Municipal “Emília Muller” com considerável
acervo literário. Inaugurou-se uma quadra poliesportiva no centro da cidade e
restaurou-se o Casarão (antigo Grupo Escolar) que atualmente é a sede da Prefeitura.
Municipalizou-se o Ensino Fundamental,
criou-se a EMEIEF “Dom Edmund Benedict Nugent” reformando e ampliando o antigo
prédio onde funcionava a Escola Infantil.
Muitas propriedades rurais,
especialmente na Serra da Bocaina, foram vendidas à pessoas de lugares
distantes, (inclusive artistas) que construíram boas casas em busca de conforto
e tranquilidade. A estrada vicinal asfaltada propiciou também a construção de
algumas pousadas e restaurantes na zona rural, impulsionando o turismo.
Nos anos 2000,
reconstruiu-se a quadra do centro (que havia sido demolida) e instalando a
piscina pública, construiu-se as quadras da Vila Geraldo Adão, Vila Marina e Macacos,
incentivando a prática do esporte. Inaugurou-se o Conjunto Habitacional Mario
Covas e Geraldo Adão, ampliando a acesso a casa própria.
Reformou-se e ampliou-se
todas Escolas Municipais instalando e ampliando Bibliotecas e Laboratórios de
Informática, todas com acessibilidade para baixa mobilidade.
Foi feito o Portal da
entrada da cidade com a estátua do Tropeiro. Instalou-se pracinhas e parquinhos
infantis nos bairros dos Macacos, Bom Jesus, São Sebastião, nos Conjuntos
Habitacionais do centro e entre a Vila Esperança e Mario Covas.
Construiu-se a Brinquedoteca
para atividades extra curriculares. Implantou-se o Centro de Fisioterapia no
Centro e no Bairro dos Macacos. Ampliou-se a “Santa Casa” e construiu –se o
Velório Municipal.
Calçou-se a estrada até o
Bairro de São Sebastião, todas as ruas dos Conjuntos Habitacionais (Mario de
Paula Cardoso, Vila Esperança, Vila Marina, Vila Mario Covas e Geraldo Adão), o
acesso ao Bairro do Cedro e outras ruas novas na zona urbana. Na zona rural,
calçou-se os pontos críticos nas diversas estradas e pavimentou-se as ruas
reformando e instalando a canalização de água e esgoto no Bairro do Bom Jesus
da Bocaina e Macacos. Tudo isso concorrendo para o bem estar e qualidade de
vida dos moradores.
Por volta de 2010, os Bairros
do Bom Jesus da Bocaina e Macacos, apresentam características urbanas: luz, água encanada, ruas calçadas,
praças, quadras esportivas, posto médico (ESF) reformados e equipados e escolas
da Educação Infantil ao Ensino Médio. A energia elétrica ao chegar a toda zona
rural, possibilitou a aquisição e uso de eletrodomésticos (geladeiras,
televisões, instrumentos agrícolas), facilitando a vida dos habitantes. O
recapeamento da estrada “Osvaldo de Paula Cardoso” e a constante manutenção das
estradas para os bairros, juntamente com o acesso a celulares e internet
universalizou a possibilidade de mobilidade, informação e conhecimento.
Reformou-se a praça da Matriz
e a praça da “Santa Casa”. Inaugurou-se o Centro Cultural “Nenê Emboava” que
passou a abrigar a abertura da Festa do Tropeiro com a exposição do Concurso
Literário anual. Recapeou-se o asfalto dos Conjuntos Habitacionais e calçou-se
as novas ruas. Em muitos pontos a cidade é um canteiro de obras, sempre há
novas casas surgindo, principalmente em direção ao bairros de São Sebastião,
Fundão, Cedro e Cascata.
O IDH Índice de
Desenvolvimento Humano que mede o grau de educação, longevidade e renda de uma
população em números de 0 à 1, classificando como muito baixo (de 0 à 0,499),
baixo (de 0,5 à 0,599), médio (de 0,6 à 0,699), alto (de 0,7 à 0,799) e muito
alto (de 0,8 à 1). Apresenta dados publicados a partir da década de 90, nos
anos de 1991, 2000 e 2010.
Os resultados de Silveiras
refletem os fatos históricos de décadas de dificuldade de acesso à educação e à
geração de renda, dificuldades que resultaram em um crescimento a baixo da
média nacional. (0.419/1991, 0.574/2000 e 0.678/2010)
A Educação foi índice que
mais evoluiu, o desempenho passou de muito baixo para médio, (0.192/1991, 0.375/2000
e 0.584/2010), porém está ainda abaixo da média nacional, pois apesar da
escolarização de crianças e jovens estar adequada, poucos adultos com mais de
40 anos, concluíram o ensino médio e são raríssimos entre eles, os que tiveram
à oportunidade de cursar a graduação. Alguns habitantes mais idosos não
concluíram ensino fundamental e pequeno número são analfabetos.
Observa-se que este quadro
tende a demorar ao menos duas décadas para refletir a realidade que vivemos
hoje.
Daqui a vinte anos, os
jovens que hoje cursam a universidade terão mais de 40 anos e os adultos de
hoje, serão os idosos com ensino fundamental de amanhã.
Dificilmente inverte-se o
quadro antes disto, pois, o adulto que hoje se empenha para estudar os filhos talvez
não tenha condições financeiras para custear, também para ele, um curso
superior.
Quanto á renda o desempenho
de Silveiras foi de baixo para médio, (0.553/1991, 0.630/2000 e 0.657/2010),
observando-se um pequeno crescimento ao longo dos anos. Em 2010 a renda média
de uma família silveirense ia de R$ 1.187,00 á R$ 1958,90.
São excelentes os dados da
longevidade do silveirense, saindo do médio para o muito alto, (0.695/1991,
0.791/2000 e 0.812/2010) resultado de pais desenvolvido.
Silveiras tem área
territorial de 414.782 Km2, povoada em 2010 por 5792 pessoas com estimativa de
6121 para 2014, sendo que, a maioria da população mora aqui ha mais de 30 anos.
Com a popularização dos
métodos anticoncepcionais e o acompanhamento do serviço de saúde, a taxa de
natalidade caiu bastante, hoje as famílias tem em média dois filhos e é raro o
casal com mais de quatro filhos. Procuram dar à eles uma vida melhor do que
tiveram. O silveirense de modo geral, valoriza muito o estudo, ter os filhos em
curso superior é motivo de grande alegria e orgulho para os pais que sempre
viram como “coisa para rico”, ter um filho “doutor”.
Nascem menos e também vêm a
óbito uma quantidade muito pequena. As mães fazem pré-natal, usam vitaminas e
tomam os cuidados necessários. Cabe ressaltar o eficaz trabalho da Pastoral da
Criança (Igreja Católica), que promove reuniões com as mães dando orientações
sobre amamentação, uso de multimistura, nutrição e controle de peso e altura.
O silveirense não busca o
crescimento populacional do município, (já tivemos 25 mil habitantes) mas sim,
o desenvolvimento das suas potencialidades.
Todo o município é Área de
Proteção Ambiental, a APA Silveiras foi criada por lei estadual em 1984. Desde
então, é crescente a preocupação da população na preservação dos remanescentes
de vegetação da Mata Atlântica, rios e animais.
Nas matas encontramos pacas,
tatus, lobos guará, onça-parda, onça pintada, sagui, gato-do-mato, jaguatirica,
porco do mato, gambá, lontra.
Temos muitas espécies de
pássaros que inspiram nosso artesanato: seriemas, sabiá, pintassilgo, bentevi,
canarinho, coleirinha, rolinha, azulão, curió, periquito, sairinha, maritaca,
melro, anu-branco, inhambu-chintã, jacu, macuco, entre outros. Somos a terra as
andorinhas, que nos visitam todos os verões.
As belezas naturais, lindas
paisagens, relevo característico, paredões rochosos, fauna e flora preservadas,
artesanatos diversificados, rica culinária, muitas festas e povo hospitaleiro
são nossas maiores riquezas. E é nestas riquezas que estão nossas maiores
oportunidades de desenvolvimento com o fortalecimento do turismo rural.
Somos uma “grande família”,
que ri e chora junto, que briga e faz as pazes, principalmente em época de
eleição municipal e temos acima de tudo um amor imenso pela “nossa terrinha”.
Fontes:
www . atlasbrasil.org.br
www .seade.gov.br
www . ambiente.sp.gov.br
www .ideb.inep.gov.br
www .saúde.gov.br/idsus